Encontrando leveza em meio ao cansaço da maternidade
A maternidade cansa, mas pode ser leve. E não existe contradição nisso. O que a faz ser um peso é tentar se encaixar no padrão alheio.
A maternidade cansa, mas pode ser leve. E não existe contradição nisso. O que a faz ser um peso é tentar se encaixar no padrão alheio.
Pisar nos freios e desacelerar para caminhar ao compasso dos pés de quem não merece ser arrastado pelo ritmo insano da vida adulta é um grande desafio da pa/maternidade.
Sua vida e a minha talvez fosssem bem distintas do que são. Podemos até nos permitir viver o luto daquilo que poderia ter sido e não foi. Mas que não deixemos de ver o outro lado.
Dependendo do filtro pelo qual olhamos a maternidade, mesmo em meio ao caos da reconstrução de uma identidade, poderemos encontrar beleza.
Dentro ou fora útero, na superfície ou debaixo d’água, a maternidade e o vínculo construído com meus filhos é algo que ninguém poderá nos roubar.
Puerpério é revolução, é (re)encontro, é reinventar-se. Por mais assustadora que nos pareça essa fase e por mais que ela seja o prenúncio de que a vida jamais será igual, que ela seja diferente não significa que seja uma pior versão do que foi.
Toda mãe já chorou baixinho no escuro. Dormiu com o cabelo sujo ou sem escovar os dentes. Já se perguntou quando teria sua antiga vida de volta.
A nova mãe precisa de tempo para processar as inúmeras mudanças. Porque o puerpério tem revolução hormonal, cansaço extremo pela alta demanda do bebê e noites mal dormidas, tem baixa libido, tem dores do pós-parto, tem um corpo voltando pro lugar, tem ressecamento vaginal, tem peito vazando. A boa notícia é que todos estes itens tenebrosos são temporários e podem ser contornados pelo casal com acolhimento e compreensão, com companheirismo, partilha de tarefas, muita paciência e, acima de tudo, diálogo franco.
A chegada de um bebê ao seio de uma família provoca um grande colapso. A noção do passar das horas, de dia e noite, de descanso, de ócio, deixam de existir por um tempo. Tudo se concentra em atender as necessidades urgentes do recém-nascido: alimento, higiene, sono, choro. A vida de repente se resume a isso. E temos que lutar contra um forte sentimento de inutilidade. Mas de onde ele vem?